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Nascimentos e casamentos caíram e divórcios cresceram no Brasil, diz IBGE

O número de nascimentos no Brasil em 2023 foi o menor em quase 50 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatíst...

Nascimentos e casamentos caíram e divórcios cresceram no Brasil, diz IBGE
Nascimentos e casamentos caíram e divórcios cresceram no Brasil, diz IBGE (Foto: Reprodução)

O número de nascimentos no Brasil em 2023 foi o menor em quase 50 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (16).

No total, 2,52 milhões crianças nasceram — o número é 12% menor do que a média de nascimentos nos cinco anos anteriores à pandemia da Covid-19 (2,87 milhões).

O IBGE também apresentou uma comparação da quantidade de nascimentos no país a cada ano desde 1974, baseada nas Estatísticas do Registro Civil. O número de registros de 2023 é o menor desde 1976, quando 2,467 milhões de bebês nasceram.

Segundo a gerente da Pesquisa de Registro Civil, Klivia Brayner de Oliveira, a redução no número de nascimentos no Brasil está relacionado com mudanças sociais, como o custos para criar filhos, disseminação de métodos contraceptivos e as mulheres priorizando a carreira profissional e a formação educacional.

“As mulheres [estão] adiando a vontade de querer ter filhos, dando prioridade para estudos. Conforme a idade vai passando, você vai adiando essa decisão de ter filhos e a chance de ter mais filhos também é menor”, explicou Klivia, em entrevista à GZH.

A pesquisadora do IBGE, Cintia Simões Agostinho, observou que a queda de nascimentos não acontece apenas no Brasil, mas é uma tendência mundial.

“Em países desenvolvidos, países em desenvolvimento, é um fenômeno bastante conhecido”, esclareceu.

O levantamento ainda revelou que as brasileiras estão decidindo ter filhos com idade mais avançada. 

Em 2023, apenas 11,8% dos nascidos foram gerados por mulheres de até 19 anos, enquanto 39% dos nascimentos foram de mães a partir de 30 anos.

Comparando as regiões do Brasil, o Norte e o Nordeste tiveram mais mães de até 19 anos ganhando bebês. Já no Sul e Sudeste, houve mais nascimentos por mulheres com 30 anos ou mais.

Menos casamentos, mais divórcios

Os dados do IBGE também mostraram uma queda no número de casamentos no país. Em 2023, foram registrados 940.799 casamentos civis, representando uma queda de 3% em relação a 2022.

Tanto casamentos heterossexuais como casamentos homossexuais entre dois homens sofreram queda. Porém, casamentos homoafetivos entre duas mulheres cresceram, com 11.918 uniões registradas.

Pesquisas mostram que o número de casamentos no Brasil tem diminuído há décadas. Durante a pandemia da Covid-19, houve uma diminuição abrupta: em 2019, houve 1 milhão de casamentos, e em 2020, 757 mil.

Nos dois anos seguintes, a porcentagem de uniões voltou a subir. Mas, conforme os dados de 2023, o aumento se encerrou.

Matrimônios estão durando cada vez menos

Enquanto os casamentos diminuem, o número de divórcios continua crescendo. Foram 441 mil em 2023, a maior porcentagem desde 1974.

O tempo médio de duração dos matrimônios caiu de 16 anos em 2010 para 13 anos em 2023. Quase metade dos divórcios em 2023 foram de casamentos com menos de 10 anos, e mais da metade dos rompimentos (53%) envolvem casais com filhos menores de idade.

O estudo do IBGE ainda descobriu que os brasileiros estão se casando mais tarde; as mulheres aos 29 anos e os homens, aos 31.